quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Universidades Públicas

Lá estão os meninos

hermosos

e as meninas tão bravas


jovens guerreiros

cabelos de fogo

trajados de tintas e metais


gargantas desgarradas

faixas no vento

faixas na roupa

nas janelas

faixas do LP

estudantes

50 anos depois


Sua luta é simples

que a poderosa universidade

seja (fosse? fuese? fora? Fora!)

mais universidade

menos poderosa

Mas os anacrônicos não são eles

nem esse poema

Há quem avança para trás.


Lá estão os meninos

sem duvidar

e as meninas sem século.


E aqui estou eu

com meus cabelos tão curtos,

meus fracassos

Nike, coca-cola e lista de chamada

E esses malditos poemas inofensivos.